segunda-feira, 23 de julho de 2012

20 anos de atraso


Bom dia (caso seja), boa tarde (se for), boa noite (sendo), amigos leitores!

definitivamente, este blog está “nas tralhas” (conforme também ficara o saudoso blog do arroto um tempo desses). isto é o que dá ficar muito tempo sem postar. mas enfim, eis que bateu-me um insight e, finalmente, disposição para escrever. segue, então, o post abaixo. só um detalhe: eu tentei me basear no silvio meira [grande homem esse, recomendo sem medo o blog dele “dia a dia, bit a bit”, é excelente] way of writing (cito logo isso para evitar problemas futuros). sinceramente, não sei se ficou legal. qualquer coisa, basta comentar. sem mais delongas, vamos ao texto:

assanoite” [1] estava eu assistindo o programa “conta corrente”, que passa na globo news, e um comentarista disse o seguinte: “o mundo acadêmico está na faixa de uns 20 anos de atraso em relação ao corporativo” [2]. o jornalista, inclusive, chegou a citar como exemplo uma crise que ocorrera tempos atrás [3] a qual só fora analisada por harvard bem depois, e quando todo mundo já a entendia por completo, outra já havia estourado (a de 2008).

frase de chamar à atenção, moderadamente. conforme dizia o chaves, “não foi lá de chamar muuuita, de deixar todos boquiabertos etc”, porém deixa-nos uma reflexão. é o se guinte: é óbvio que essa latência [4] existe! sempre existiu! e NÃO vai deixar de existir! e, de certa forma, isto pode até ser bom [5]. vamos explicar:

a base para o que digo encontra-se numa frase que escutei de um professor quando estava no primeiro período da faculdade: “o objetivo da universidade é repassar aos alunos os fundamentos teóricos da área de atuação do curso” [6]. sentença pequena, mas que diz muita coisa.

acredito que você, caro leitor, está cansado de saber [e o deve saber até mesmo mais do que o autor deste post] o quão dinâmico está o mercado de trabalho hoje. se fossemos falar de TI (tecnologia da informação), setor no qual estou em formação, veríamos que está desumanamente mutável. e o que acontece? o jovem, ao entrar numa IES, acha que aprenderá tudo o que está acontecendo de bom neste mundo hoje nas cadeiras universitárias ao longo dos seus anos de estudo. o engano mora aqui, e dele vem a assertiva acima.

pelo elevado nível de dinamicidade dos dias atuais, não dá para abordar tudo [7] em sala de aula. no entanto, para se entender esse mundo de coisas que estão entranhadas no mercado de trabalho, deve-se ter uma base. uma fundamentação teórica, sendo justamente isto o que as IES oferecem. e com qualidade. vamos exemplificar, de início, com TI:

a cada dia surgem cada vez mais soluções em tecnologia: sistemas de gestão empresarial, aplicativos de “criação”, gerenciamento e controle de redes, ferramentas de segurança, modos de cuidar da infra-estrutura tecnológica de uma empresa etc. abordar tudo isso, por exemplo, em uma graduação, pode ser até algo que não valha à pena, pois gastar-se-ia muito tempo para repassar tudo com qualidade ao discentes e, ao final deste período, apareceriam certamente novas tecnologias que “substituiriam” por completo tudo o que fora aprendido.

um detalhe que poucos veem, no entanto, é que todas essas inovações, se observarmos bem, tem suas concepções alicerçadas nos fundamentos teóricos postulados desde o início da computação, ou podem se constituir como um contraponto a estes, salientando-se, claro, que o conhecimento da teoria permitirá, pois, uma comparação do velho com o novo, resultando, assim, em um melhor processo de compreensão.

outra coisa que poucos percebem é algo que os docentes vivem dizendo: “procure por fora”, “aprofunde-se no assunto” etc. eles dizem isso não porque querem aumentar tua carga de estudo, mas por saberem que o conhecimento repassado em sala de aula é aplicado na realidade de modo “diferente” do que é visto em sala, sendo importante estabelecer tais relações. exemplos práticos: PMBOK [8], SCRUM [9] etc. nada mais possuem do que um grande bloco de engenharia de software por baixo a partir do qual ambos “fazem seus nomes”. e quem é que não vê o termo em cursos de computação?

em suma: a universidade não está 20 anos atrás do mercado por acaso. este número pode diminuir? claro: isto está acontecendo, mesmo que em doses homeopáticas. o que quero deixar aqui é que dedicação às disciplinas com real vontade de aprender aliado à atenção ao respectivo mercado atual da área, observando o que está sendo utilizado e trabalhado é a chave para uma boa formação e preparação para qualquer aluno de qualquer curso. e dá certo. é interessante que dê. o mercado, queiramos ou não, exige isso. queremos isso. Agradeço a paciência e um bom dia (caso seja), boa tarde (se for), boa noite (sendo).

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Notas

[1] significa "esta noite". vô costumava empregar o termo. escutem os
idosos, eles tem muito o que nos ensinar.

[2] frase ADAPTADA. como ele expressou isso na TV, e eu não estava com lápis e papel na mão na hora, não deu para transcerver fielmente. a não ser a ideia.

[3] fora uma que ocorrera antes da de 2008

[4] significa "atraso". o termo é muito utilizado na área da tecnologia, mais em "transmissões ao vivo".

[5] é claro que também pode ser ruim, mas isto não é o foco do post.

[6] setença adaptada por motivos parecidos aos explicitados no item [2].

[7] Ou melhor, quase tudo. muitas cadeiras universitárias conseguem explanar aos alunos o cenário atual sobre muitas coisa...

[8] www.pmi.org/

[9] www.scrumalliance.org/learn_about_scrum/ e http://www.youtube.com/watch?v=xa-C0No2Uic